Local está sendo adaptado para receber ecoturismo. Crianças da Escola Municipal Professora Lúcia Maria Silveira de Jurujuba participaram de atividades lúdicas
O recém criado Parque Natural Municipal do Morro do Morcego, em Jurujuba, recebeu nesta quinta-feira (10), os primeiros visitantes numa ação piloto realizada pela Prefeitura de Niterói, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Sustentabilidade. Cerca de 50 crianças da Escola Municipal Professora Lúcia Maria Silveira Rocha participaram de atividades lúdicas guiadas no espaço. O local está sendo preparado para entrar na lista de pontos da cidade que recebem o turismo ecológico.
O pequeno pedaço de paraíso tem 138 metros e até então era mais conhecido de praticantes de esportes náuticos ou de trilheiros. A criação do Parque foi mais uma iniciativa da Prefeitura para proteger o patrimônio natural, paisagístico e cultural da região. O local passou por desapropriação e ganhou o nome de Parque Natural Municipal Dora Negreiros em homenagem à ativista ambiental que morreu aos 82 e era atuante em ações ambientais na Baía de Guanabara.
O prefeito Axel Grael visitou o local e lembra que o Morro do Morcego é um lugar marcante na paisagem de Niterói, uma área histórica da cidade e tem um grande potencial para o desenvolvimento do ecoturismo.
“Hoje trouxemos um grupo de alunos da rede pública de educação de Niterói e nosso objetivo é fazer, nesse período inicial, que o parque esteja aberto para as escolas públicas e particulares. Estamos investindo na infraestrutura e no planejamento do parque que tem essa entrada virada para a Baía de Guanabara com essa vista linda. Assim que tivermos a infraestrutura pronta, vamos abrir para o público em geral. A implantação do Parque é de extrema importância para a preservação do local pois já está comprovado que esse tipo de iniciativa é de extrema importância para a preservação já que com gestão é possível planejar toda a estrutura para a visitação”, disse o prefeito.
O secretário municipal de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Sustentabilidade, Rafael Robertson, afirmou que Niterói segue na sua vocação de promover desenvolvimento aliado à sustentabilidade.
“Esse espaço é uma conquista que, por muito tempo, foi restrito à iniciativa privada e está sendo transformado em uma nova unidade de conservação. A gente espera que, nesse início, o parque seja uma extensão das salas de aula onde as crianças possam desenvolver os conceitos aprendidos dentro da sala e vivenciar na prática aqui. Nosso objetivo é tirar as crianças da tela e fazer com que elas se conectem mais com a natureza e com atividades de educação ambiental, que a gente acredita que pode impactar na vida delas”, disse Rafael, que enfatizou que o parque ainda pode gerar cultura, lazer, esporte e fortalecimento de renda para o entorno. Estamos fazendo a implantação aos poucos e inicialmente somente alunos das escolas municipais terão acesso. Gradativamente vamos abrindo o espaço para trilhas e visitas guiadas e orientadas”, explicou o secretário.
As crianças foram recebidas com um café da manhã. Agentes da Coordenadoria de Meio Ambiente da Guarda Municipal de Niterói levaram equipamentos e animais in vitro para mostrar a importância da preservação do meio ambiente, usaram técnicas de resgate de animais silvestres e fizeram uma brincadeira lúdica com tirolesa.
A professora Carla Váter, da Escola Municipal Professora Lucia Maria Silveira Rocha, que fica em Jurujuba, é bióloga e realiza um trabalho de Educação ambiental com os alunos do ensino fundamental.
“Esse passeio está sendo um complemento do que a gente estuda na escola, do trabalho da equipe da E.M. Lúcia Maria, que é uma escola que trabalha muito a questão do pertencimento ambiental, em que a gente está nessa natureza. Agradecemos muito o convite, porque é uma forma das crianças colocarem em prática esse conhecimento”, disse a professora.
Daniel Cordeiro, 9 anos, é aluno do terceiro ano do fundamental e participou da visita ao Morro do Morcego.
“Eu aprendi que é muito legal e que é bom ajudar a natureza. É muito importante ajudar o mundo, porque a maioria das pessoas já poluem o mundo. O parque é muito legal. Estou aqui com meus amigos e espero voltar muitas vezes”, declarou o estudante.
A atividade também contou com a participação do Projeto Aruanã, que trabalha com pesquisa e conservação direcionadas às tartarugas marinhas, ao ambiente costeiro e marinho. Eles realizam atividades que fazem com que a sociedade entre em interação com os ambientes e os animais como forma de preservação.
O trabalho realizado no Parque
O município criou uma comissão formada por técnicos de várias áreas da Prefeitura e representantes da sociedade civil com o objetivo de planejar como será o Parque Natural Municipal do Morro do Morcego. O objetivo é criar no local uma estrutura com centro de visitantes, restaurante e pontos de observação da paisagem reconhecida pela Unesco como patrimônio da humanidade.
A Secretaria de Conservação e Serviços Públicos de Niterói (Seconser) realizou uma série de ações que antecederam a inauguração do parque. Uma delas foi o início do plantio de vegetação de restinga com a implantação de 150 araçás, 20 cajueiros e 46 pitangas. As equipes fizeram a retirada de árvores mortas e secas, podas de segurança e limpeza, a demolição e limpeza de antigas estruturas que levavam risco aos visitantes e trabalho de roçadeira. Foram instaladas também mesas para piquenique, placas informativas e lixeiras.
Alexandre Moraes, subsecretário de Áreas Verdes da Secretaria de Conservação e Serviços Públicos de Niterói, explica o trabalho de resgate da flora do local.
“A Seconser, em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente, realizou a limpeza de árvores e espécies exóticas (que não fazem parte do bioma local) e que estavam em grande quantidade no local. Também resgatamos as árvores e plantamos mudas de restinga, privilegiando as que atraem a avifauna. Dessa forma, plantamos aroeiras, araçás, pitangueiras e cajueiro nessa primeira etapa e vamos plantar outras espécies nativas, não só de atração de avifauna, mas espécies que facilitam a nitrificação de algumas espécies. Também fizemos o plantio de um Ipê Amarelo, árvore símbolo do Brasil, e um Pau-Brasil, que deu o nome ao país”, explicou o subsecretário.